Mau hálito tem solução definitiva com retirada das amígdalas
hospitalipo - 2 de maio de 2019
Cerca de 30% da população brasileira sofre de halitose – ou, popularmente, mau hálito – mas muitas nem sabem que têm o problema. As pessoas que convivem com outras que sofrem disso costumam sentir vergonha de comentar. Por isso, o diagnóstico pode ser demorado, então é importante estar atento aos cuidados e se prevenir.
Segundo informações da Associação Brasileira de Halitose, 90% das causas da halitose estão relacionadas à cavidade bucal: desordens salivares, doenças bucais e acúmulo de placas estão entre as origens do problema. Tudo pode começar com uma falta de escovação dos dentes e da língua; gengivite; tártaro; cárie; má respiração bucal; sinusite; e, também consumo de alimentos e bebidas com odor forte, como alho, cebola, cafeína e condimentos.
Há ainda os casos de cáseo amigdaliano, que são os restos de alimentos que se depositam nos buracos (criptas) das amígdalas. Elas fermentam e, por isso, ganham um odor forte característico. “Não é nocivo, nem provoca infecções, mas pode causar o mau hálito, gosto ruim na boca e ainda ser expelido durante uma conversa, tosse ou beijo e, dessa forma, ser uma situação embaraçosa”, explica o médico otorrinolaringologista do Hospital IPO, Paulo Mendes Júnior.
Geralmente, a halitose por cáseo acomete adolescentes e adultos que tiveram muitas infecções de amígdala durante a infância e, por essa razão, formam-se as criptas. “Com o início da vida social, profissional e, principalmente, amorosa, percebem o desconforto que os sintomas podem gerar”, comenta Mendes Júnior. O especialista sugere que o ideal é sempre, após as refeições, principalmente almoço e jantar, realizar gargarejos com enxaguantes bucais sem álcool, para limpeza das amígdalas.
Se o problema persistir, o passo seguinte, conforme o nível de incômodo, é a retirada das amígdalas, que são o reservatório dos cáseos, não somente pela saúde bucal, mas como prevenção de transtornos psicológicos e psiquiátricos. “Há pessoas que ficam extremamente retraídas, com medo de se expor em conversas ou beijar e que, inclusive, chegam a apresentar quadros de depressão”, alerta o especialista.
Mendes Junior assegura que a cirurgia de extração das amígdalas é um tratamento definitivo contra os cáseos e que, ao contrário do que se acredita, não é prejudicial à saúde e nem acarreta em outros males. “As amígdalas são órgãos de defesa, mas temos outros vários locais em nossa garganta que podem nos ajudar na defesa contra vírus e bactérias”.
Segundo Mendes Júnior, não há registros de aumento de infecções de garganta, como faringites, em decorrência da retirada das amígdalas. “Elas terão dores de garganta com a mesma incidência com a qual teriam se tivessem as amígdalas”.
A cirurgia é um procedimento simples, realizado entre 30 e 60 minutos, com anestesia geral. A alta hospitalar acontece no mesmo dia. O paciente deve ficar em repouso por cerca de dez dias, sob alimentação líquida, pastosa e fria, como papinha, iogurte e sorvete.
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