Síndrome da boca ardente: doença intriga médicos e não tem cura
hospitalipo - 27 de outubro de 2022
Conhecida desde o século 19, a síndrome da boca ardenteainda gera um grande ponto de interrogação entreespecialistas. Sem saber sua causa e com difícil diagnóstico,a literatura médica aponta as mulheres como a maioriaafetada, mas a doença pode atingir os dois gêneros, variandode 3,9% a 7% da população em qualquer faixa etária,segundo estudos científicos recentes.
Não há exames específicos para identificar com clareza acondição. Por isso, o diagnóstico precisa ser feito porexclusão. Quando não restam outras possibilidades dedoenças para os sintomas, aponta-se para a síndrome.“É um quadro no qual os pacientes descrevem os sintomascom muita clareza, mas quando partimos para ainvestigação, não encontramos nada”, comenta LuisFrancisco Duda, otorrinolaringologista do Hospital IPO.
Sintomas incluem dor tipo queimação na mucosa oral e nalíngua, alteração no paladar, gosto mais amargo e metálicona boca e sensação de boca seca.“É como se a pessoa tivesse comido pimenta. A dor acabadiminuindo com alimentos frios. Em razão disso, é comumtermos relatos de pacientes que ficam chupando gelo paraamenizar a sensação”, comenta Duda, acrescentando que ador dura mais de quatro meses, não é intensa e costumaaumentar no decorrer do dia, piorando com alimentoscondimentados e quentes.
Mesmo com poucas informações a respeito da doença, asíndrome da boca ardente tende a afetar mais mulheresentre 55 e 60 anos, no período pós-menopausa. Segundo ootorrinolaringologista do IPO, há suspeitas de que asalterações hormonais nesse período da vida possam terrelação com o surgimento da ardência bucal.
O especialista também aponta que neuropatias e fatorespsicológicos costumam estar presentes quando odiagnóstico da síndrome é confirmado.“Há muitos casos nos quais é relatado um quadro deansiedade ou depressão, mas não temos como saber se sãoessas questões psicológicas que geram a ardência ou se é ocontrário”, afirma o médico.
Tratamento da síndrome – Para definir um tratamento, épreciso classificar a síndrome da boca ardente, sendo elaprimária – a que não tem causa ou motivo definido e exigediagnóstico de exclusão – ou secundária – oriunda de outradoença, como doença de Parkinson, síndrome de Sjögren,diabetes, hipotireoidismo ou até mesmo por conta dedeficiência de vitamina B12.
Para o tratamento, é necessário o acompanhamento deespecialistas, como otorrinolaringologistas ouestomatologistas, especialistas no diagnóstico das doençasda boca. Dessa forma, afirma Duda, é possível analisar operfil do paciente para estipular os próximos passos, vistoque não existe um único medicamento para curar o quadro,podendo ser indicados de antidepressivos e ansiolíticos aantioxidantes, passando por fitoterápicos e até mesmopsicoterapia. Aqui, vale uma das principais máximas daMedicina: “cada caso é um caso”.
Fonte: Gazeta 24
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